quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012



'Um belo dia você acorda decidida esquecer das noticias e ausências que te feriram tanto. Levanta e vai levando a vida lembrando, querendo esquecer. Vai à padaria ou até o ponto de ônibus querendo sentir o cheiro de encanto. Mas só sente o cheiro de lembrança. É que quando dói demais a gente não acredita que um dia a dor passa, mesmo que todo mundo fale.Mas passa. De verdade. É que a vida tem mesmo dessas voltas e acreditar nas pessoas e nas suas boas intenções ainda vale a pena. Porque simplesmente ainda existem pessoas que acreditam como você.

Dai você olha pra sua vida e aceita a mistura de mulher cheia de pé no chão, brava e meio esquisita com uma menina cheia de sonhos e brigadeiros. Um jeito meio Amelie que pode mudar tudo, até os sonhos

Alguns sorrisos no meio do caminho te confundem ainda com a decisão da mudança. E trazem oque tanto você queria esquecer. Mas lembra também dos sorrisos daqueles que se reegueram por problemas resolvidos maiores que o seu. E sorri de volta, como quem agradece o pensamento mandado por algum anjo bom. E lembra-se do erros, mas não esquece que não errou sozinha. E você não tem que mudar de casa, nem de rua, nem rosto, você tem que mudar seu pensamento. Ser gentil com seus erros, ajuda a corrigi-los. Te corrigir pro melhor que a vida está te preparando.

E a vida sempre estende a mão pra quem ciranda com ela. E então, sua história muda, orgulhos e tristezas são sentimentos feitos pra deixar de lado. Afinal e ainda bem, sentimento também muda!

A gente lê Caio Fernando, Tati Bernardi e Clarice e se reconhece acreditando que são eles que têm a cura pra dor. Podem até ajudar, menina. Mas nesse poço que você adora pular de vez em quando, só cabe você. Melhor ser esperta e ajudar outras pessoas a gostar de você. Nem Caio, nem Tati e Clarice vão te ajudar. O problema é teu. Resolva. E toma conta do teu coração pra não se esfolar de novo.

Dores vão e vem, mas enquanto tiver um sorriso no meio do caminho, um ombro pra encostar, uma piscada pra esquecer, um céu azul, uma janela aberta e um amanhecer de primavera você vai querer se reerguer e ver que quem perdeu não foi você

Aprende menina, alguns sorrisos recebidos na vida não foram feitos pra lembrar. Foram pra guardar. No coração


[Vanessa Leonardi]

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram. Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo."
 [Ele. Caio F.]

Lindo isso...


"Alguns escrevem pela arte, pela linguagem, pela literatura. Esses, sim, são os bons. Eu só escrevo para fazer afagos. E porque eu tinha de encontrar um jeito de alongar os braços. E estreitar distâncias. Uns escrevem grandes obras. Eu só escrevo bilhetes para escondê-los, com todo cuidado, embaixo das portas."
[Rita Apoena]
 
Quer me conhecer? Me encontre naquele romance antigo, segundo parágrafo, mostrando que a solidão não deve se atravessar a sós. Talvez eu possa – e isso é quase certo – me mudar pros tons daquela bela música e por lá ficar: “feita de luz mas que de vento”… Ah, me desculpem os Jungs, Freuds e Lacans. Mas Chico Buarque me entenderia! Alguns artistas – e nisso incluo poetas, músicos e demais sonhadores – parecem conhecer a fundo a alma humana. Quando falam de si, mostram um pouco também de nós. Quem nunca pensou, ao menos por um segundo: essa canção foi feita pra mim? Eu já me apropriei de centenas de músicas (com o devido crédito ao autor, é claro), que dizia serem “minhas”. Naquele momento, elas – e só elas – pareciam entender o que eu sentia. Letra por letra. Rima por rima. Em cada nota, um espanto. E uma sensação de pura comunhão com o mundo: é, eu não estou sozinha. A arte também foi feita pra unir. Pra protestar. Para seduzir. Por isso, passo a vida escrevendo. Lendo. Garimpando frases. Buscando o verso certo. A estrofe perfeita. Ou um conhecimento maior sobre mim mesma. Se estou conseguindo? Não sei. A arte nem sempre é bondosa. Um dia nos pega no colo e, no outro, nos faz enxergar o que ainda é difícil de ver. Mas tudo bem. Enquanto houver um poema pra nos consolar e uma boa canção pra nos comover, “a gente vai levando”. [Fernanda Mello]

"(...) A pontualidade é a virtude metódica das ocorrências sisudas e entendiantes de cada dia. Não do amor. Pois nada na vida é tão translouco. É crime inafiançável exigir certeza do mais acidental, insensato e desvairado dos episódios. O amor."


[Gabito Nunes]

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


Mas difícil é continuar vivendo. Eu continuo. Não sei se gosto, mas tenho uma curiosidade imensa pelo que vai me acontecer…
Caio Fernando Abreu