"Você me pede para esconder o riso e sentir o romantismo por detrás das músicas antigas, cantaroladas na tua voz cheia de melodia. Você me escreve poesias no meio de uma rodovia que anda a passos lentos e eu nada mais faço do que admirar teu talento, com um sorriso diminuto no canto dos lábios. Entende, moço? Eu te imagino desde criança, quando sonhava acordada com príncipes encantados montados em cavalos alados e acreditava em happy enddings. E te imaginei quando, de você, só sabia o nome. E te tenho ainda de mãos dadas com a incerteza e a incredulidade disso tudo, porque você, tal qual os príncipes encantados, fez parte daquilo que sonhei de olhos abertos e alma suspirando. Conto de fadas. Leitura pra menina dormir tranqüila e alimentar sonhos inalcançáveis, daqueles que se firmam de tal forma que nos deixam inocentes pra sempre, sabe? E tem você em tempos difíceis, em dias turbulentos e cinzas, mais incerto do que nunca, distante, impossível. Você era pra ser só uma idealização minha, garoto. Um desejo desses que não se realiza. Se sonha, e pronto. |
(Maria Fernanda Probst)
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